Caso Tacla Duran: Juiz Ápio, sente-se ameaçado e pede proteção


Entre as medidas de proteção e segurança solicitadas por Appio está o fornecimento de um carro blindado, de uma pistola Beretta e apoio tático da Polícia Federal no controle de entrada e saída do prédio onde trabalha. Appio diz estar sofrendo uma onda de ameaças mas não ofereceu detalhes.

“Sinto-me ameaçado pelas declarações dos envolvidos, os quais têm grande poder político e econômico”, escreve Appio, sem citar nomes. No entanto, é de conhecimento público que tanto Moro como Dallagnol reagiram de forma a atacá-lo após o depoimento.

Appio, que assumiu a Operação Lava Jato após longos anos em que Moro esteve á frente dela, é um crítico das práticas de seus antecessores. Já existe um histórico de críticas e animosidades entre ele, Moro e Dallagnol.

Dessa vez, logo após o depoimento de Tacla Duran, Deltan Dallangol , chegou a esbravejar contra a atuação do juiz nas redes sociais . Em uma sequência de perturbação, jogou o juiz aos “leões” do bolsonarismo, chamando-o de midiático e lulista.

“O processo penal no Brasil tem dois objetivos: a repatriação e a execução penal. O doutor foi contra a minha repatriação e favor de me processar na Espanha, ao mesmo tempo em que tenta me citar. Eu realmente não sei o que o Ministério Público quer além de me perseguir. Fui processado pelo mesmo fato em cinco países, por uma simples questão de vingança, por eu não aceitar a extorsão. E porque eu não aceitei ser extorquido e, para falar no linguajar de cadeia que ele gosta, 'arregado', eu fui perseguido e sou até hoje", afirmou Tacla Duran ao depor.

No momento da denúncia, o juiz interrompeu a audiência e encaminhou o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que Dallagnol e Moro, agora são parlamentares

“Diante da notícia crime de extorsão, em tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de foro, ou seja, o deputado Deltan Dallagnol e o senador Sergio Moro, bem como as pessoas do advogado Zucolotto e do dito cabo eleitoral Fábio Aguayo, encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento, sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do ministro Ricardo Lewandowski”, despachou.

Moro não perdeu tempo, recusando-se formalmente a aceitar o encaminhamento ao STF e questionando a Vara de competência do caso. 

De acordo com o G1, o MPF avaliou que a decisão de Appio não considerou que “condutas atribuídas a parlamentares antes da diplomação, sem pertinência com o mandato, devem ser apreciadas pelo julgador em primeira instância”, sendo que Moro e Deltan assumiram seus mandatos em janeiro de 2023.

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