Comitê Gestor do Sítio Arqueológico Cais do Valongo volta a funcionar
Diferentes representantes governamentais e da sociedade civil integram o Comitê, destacando uma gestão participativa e compartilhada. Os membros devem tomar posse na quinta-feira, 23 de março, em evento a ser realizado pelo Iphan e o Minc no Rio de Janeiro.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reinstituiu o Comitê Gestor do Sítio Arqueológico Cais do Valongo, bem culturalmente reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Entre os objetivos essenciais do grupo estão: – Promover a instalação da estrutura de gestão integral, compartilhada e participativa do Sítio; – estabelecer diretrizes para a execução das ações propostas no plano de gestão; – monitorar a obediência das ações garantidas à preservação e salvaguarda do bem e – promover a articulação entre as políticas municipais, estaduais e federais que incidem sobre o Sítio Arqueológico.
O grupo, coordenado pelo Iphan, é composto por 15 instituições representativas da sociedade civil e 16 governos nas esferas federais, estadual e municipal, contando com 32 membros titulares, cada um com um suplente. Entre os membros estão o Ministério da Cultura (Minc), a Fundação Palmares e o Instituto Brasileiro de Museus.
Histórico O Cais do Valongo, foi o principal ponto de desembarque e comércio de pessoas negras escravizadas nas Américas. Construído em 1811, funcionou até 1831, quando da retenção do tráfego transatlântico de africanos escravizados. Nesse período, desembarcaram no cais entre 500 mil e um milhão de escravos de diversas nações africanas. O monumento integra o circuito conhecido como Pequena África, onde se encontram edificações que testemunharam a história afro-brasileira.
Os vestígios do antigo Cais foram revelados em 2011 durante escavações arqueológicas desenvolvidas para implementação do projeto Porto Maravilha. Em 2017, a Unesco incluiu o Cais do Valongo na lista de Patrimônio Cultural Mundial, como sítio de memória sensível. Outros bens reconhecidos nessa categoria são o Campo de Concentração de Auschwitz, na Alemanha, e a cidade de Hiroshima, no Japão. São locais de memória e sofrimento da humanidade.
Tentou-se apagar a memória afro-brasileira associada ao sítio em dois momentos:
– Em 1843, quando o Cais foi ampliado e reparado para a chegada da futura imperatriz Tereza Cristina, que vinha para casar-se com D. Pedro II. Passou a ser reconhecido, então, como Cais da Imperatriz.
– Em 1843, quando o Cais foi ampliado e reparado para a chegada da futura imperatriz Tereza Cristina, que vinha para casar-se com D. Pedro II. Passou a ser reconhecido, então, como Cais da Imperatriz.
– Em 1911, quando o sítio foi aterrado para dar lugar à Praça do Comércio. Entre os vestígios arqueológicos ali expostos atualmente encontram-se, também, elementos do Cais da Imperatriz.
Com dados: Assessoria de Comunicação Iphan
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