Abin monitorou 10 mil a cada 12 meses em três anos

Nos três primeiros anos o governo Jair Bolsonaro, usou um sistema secreto para
monitorar até 10 mil proprietários de celulares a cada doze meses. O sistema,
que custou mais de R$ 5,7 milhões, foi adquirido no governo Temer

 O jornal O Globo revela que a Abin utilizou, nos três primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro, um sistema secreto para monitorar até 10 mil proprietários de celulares a cada doze meses. O Ministro Flávio  Dino usou essa informação para pedir uma investigação da PF.

O programa foi adquirido durante o governo de Michel Temer, por R$ 5,7 milhões. De acordo com O Globo, a desenvolvedora do software foi representada no Brasil por Caio Cruz, filho do general Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência.

Na solenidade de anúncio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Dino já havia adiantado a decisão de pedir à PF abertura de investigação. Na última terça-feira (14), o Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento para apurar as denúncias.

“Nos últimos dias, reportagens veiculadas na imprensa nacional trouxeram à tona denúncias sobre a casos claros de espionagem pela Agência Brasileira de Inteligência – Abin. A instituição teria contratado, em caráter sigiloso, um sistema secreto para monitorar, ilegalmente, os passos de proprietários de aparelhos de telefonia móvel. Com essa ferramenta tecnológica, a Abin conseguiria acessar o histórico de deslocamentos e receber alertas em tempo real”, relata documento divulgado pelo ministro.

Em nota, a Abin confirmou o uso de um software para monitorar a localização de qualquer pessoa por meio do número de celular e que esse programa de monitoramento foi contratado entre dezembro de 2018 e maio de 2021.