Copom mantém taxa Selic e compromete economia



 

Para Fernando Haddad, ministro da Fazenda, a política recessiva do Banco Central comprometeu a economia e o resultado fiscal do País. 

"Eu considerei o comunicado muito preocupante", afirmou Haddad a jornalistas nesta quarta-feira no Ministério da Fazenda. "O Copom chega a sinalizar até a possibilidade de uma subida da taxa de juros, que já é hoje a mais alta do mundo", acrescentou. 

Haddad mencionou, ainda, relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado. O documento mostra que "nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas", afirmou. Em seu comunicado, o Copom não apresentou sinal concreto sobre um eventual afrouxamento esperado mais adiante. 

" O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou sugestão adicional", informa o comunicado da reunião, afirmando, inclusive, que o colegiado poderá elevar na Selic é necessário para reduzir a redução. 

Em entrevista à imprensa, Haddad disse que a depender das decisões futuras de juros, o Copom pode comprometer o resultado fiscal do país. "Daqui um pouco, você vai ter problemas nas empresas para vender e colocar impostos. Nossa preocupação é essa", disse. 

O ministro ainda afirmou aguardar outro tom na ata da reunião do Copom, que será divulgada na próxima terça-feira. "Nós vamos sempre fazer chegar ao Banco Central nossas observações, como aconteceu no primeiro comunicado, que veio muito duro e ata atenuou. Espero que isso aconteça de novo", disse, acrescentando que compartilhará suas opiniões sobre política econômica com o Congresso e o BC. 

Rui Costa, ministro da Casa Civil, também criticou o Copom. “Essa decisão não é o que o governo esperava. O que o povo brasileiro, os empresários, a indústria e todos desejam é a redução da taxa de juros", disse, após entrevista ao programa Voz do Brasil. "Não dá pra entender essa decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 13,75%, já que este percentual foi adotado quando a tolerância chegou ao patamar de 10%. Hoje, a taxa está na metade, que é 5%. Não tem razão que explique a motivação do Banco Central em adotar essa medida”, acrescentou, fazendo eco ao que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia declarado: que a manutenção da taxa de juros em 13,75% é uma irresponsabilidade.

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