Senado convida presidente do BC a explicar juros



Campos Neto convidado para comparecer à Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado e explicar juros a 13,75%


Foto: Flickr


O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi convidado a prestar esclarecimentos sobre a atual taxa básica de juros em 13,75%. O convite foi aprovado na terça-feira (14) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O presidente Lula já chegou a classificar a taxa atual como uma “vergonha”, afirmando que ela impede a tomada de empréstimos para investimentos e afeta o crescimento econômico. Lula é acompanhado pelo americano Joseph Stiglitz – ex-presidente do Conselho de Assessores Econômicos no governo Bill Clinton e ex-chefe do Banco Mundial e prêmio Nobel de Economia de 2001. 

Antes da votação do convite a Campos Neto, o senador Rogério Carvalho fez duras críticas à gestão monetária do Bacen. Segundo o parlamentar, a instituição financeira prefere utilizar instrumentos que impactam a dívida bruta do país.

O senador é autor da Lei 14.185/2021, que permite ao Bacen receber os depósitos voluntários remunerados. Essa ferramenta, aceita em diversos países, ajuda no controle da liberdade porque retira o dinheiro na circulação da economia. Além disso, pode reduzir o índice da dívida pública atual do país em mais de R$ 900 bilhões. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional com apoio de Campos Neto.


“A pergunta é: por que esse instrumento, que não gera dívida de curto prazo, que não impacta na dívida bruta brasileira e que pode reduzir a dívida em relação ao PIB, não está sendo utilizado como fora quando programado na Câmara e com o apoio Dele, Roberto Campos? Quem impede o uso desse instrumento de gestão monetária, que reduz em quase um bilhão a dívida pública brasileira?”, questionou Rogério.
Depósitos voluntários

O uso pelo Bacen do depósito voluntário remunerado não afeta o endividamento do governo, atualmente de 73,5% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Pelo contrário: caso a autoridade monitorizada utilizasse os depósitos voluntários em maior volume, poderia reduzir esse índice para 64,2%. A mudança ajudará o país a melhorar a posição nas agências de risco, permitindo maior atração de investimento externo, gerando empregos e estimulando o ambiente fiscal.

O ano de 2022 encerrou com montante de R$ 919,5 bilhões em operações compromissadas, enquanto o volume de depósitos voluntários remunerados foi de apenas R$ 81,9 bilhões – basicamente usados ​​apenas para garantir o funcionamento do Pix no Brasil. Com isso, a redução do índice da dívida pública brasileira fica de lado.

O plenário do Senado aprovou, na tarde de 14 de março, a realização de sessão de debates com o intuito de discutir a taxa de juros, inflação e crescimento econômico do Brasil. A iniciativa, apoiada pela bancada do PT no Senado, é do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente da Casa.

Entre os convidados estão nomes como o do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.


Leia mais:
Senado  presidente do BC para explicar
Prêmio No bel de economia [2001] da razão a Lula








Nenhum comentário

Obrigada por seu engajamento

Tecnologia do Blogger.