"Banco Central não terá mais desculpa para não baixar juros", cobra Tebet



Foto: Lula Marques/Agência Brasil


Em entrevista ao Valor Econômico, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central “não terá mais desculpas para não baixar os juros” após a aprovação do arcabouço fiscal. Ela lembrou que o governo vem resolvendo todas as condições impostas pelo BC. “Vão colocar mais o quê?”, perguntou uma ministra.


O Copom deve reunir nos dias 20 e 21 de junho e depois em 1 e 2 de agosto e esperar é que o arcabouço fiscal seja aprovado pela Câmara em maio e pelo senado na primeira semana de junho no Senado.

Na sexta-feira (28/abril, o Banco Central divulgou, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que cresceu 3,32% em fevereiro, comparativamente a fevereiro, marcou uma taxa de expansão mais elevada desde junho de 2020, quando o percentual chegou a 4,86%.

Segundo informa o Departamento Econômico do Bradesco, o mercado de trabalho continua aquecido e o PIB agropecuário deve ser ainda mais forte do que antes. Apesar dos bons ventos, segundo Daniel Xavier , coordenador do departamento econômico do ABC Brasil, o bom desempenho da economia reduz o espaço para uma queda de juros no curto prazo – a Selic é de 13,75% atualmente. "Não esperamos mudanças relevantes na postura do Copom na semana que vem", acrescentou o economista.

Gabriel Couto, do Santander, declarou à Folha :   "Ainda esperamos uma desaceleração na criação de novos empregos no ano, considerando especialmente a política de juros do BC. Mas reconhecemos que há possibilidade de revisão para baixo nas nossas projeções de desemprego". A ambiguidade do argumento fica aparente.

O Brasil abriu 195.171 vagas formais de trabalho (com carteira assinada) em março, apontaram números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (27/abril) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado foi 97,6% maior do que no mesmo período de 2022. Nos três primeiros meses de 2023, o saldo (contratações menos demissões) é de 526.173 postos de trabalho, 15% a menos em relação ao ano passado.




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