A Maesa é nossa. Questão continua em pauta
Na última audiência pública a respeito da questão Maesa, ficou ainda mais evidente que a grande dificuldade está na gestão.
A proposta da prefeitura municipal concede a gestão do patrimônio histórico à iniciativa privada, e por 30 anos. É uma parceria público-privada na modalidade chamada de “concessão patrocinada”., explica o Jornal Pioneiro.
Entidades comunitárias defendem que o patrimônio é público, que a
comunidade se empenhou ao longo de vários anos para que o
município recebesse do Estado a doação daquela edificação, em
2014, registrada em lei como de fins comunitários, coletivos,
culturais, públicos, de lazer, e que não faria sentido ter uma
gestão privada para patrimônio tão importante, que é da
comunidade.
Essa mesma lei estadual foi alterada em 2022, quando passou a permitir outras ocupações à Maesa, a fim de garantir sustentabilidade à gestão e manutenção do complexo histórico, uma área de 53 mil metros quadrados, o que em princípio se torna dispendioso à administração pública.
Existe um consenso mínimo entre as visões em disputa: o de que é possível, de alguma forma, inserir a participação privada no empreendimento. Esse deve ser o ponto de partida. O tamanho e a modalidade da participação privada são o cerne da questão.
Na audiência de 18 de abril, as entidades comunitárias UAB (União das Associações de Bairros) e AMaesa (Associação Amigos da Maesa) apresentaram a proposta de uma fundação pública de direito privado para gestão do complexo, aos moldes da Fundação Theatro São Pedro.
Essa mesma lei estadual foi alterada em 2022, quando passou a permitir outras ocupações à Maesa, a fim de garantir sustentabilidade à gestão e manutenção do complexo histórico, uma área de 53 mil metros quadrados, o que em princípio se torna dispendioso à administração pública.
Existe um consenso mínimo entre as visões em disputa: o de que é possível, de alguma forma, inserir a participação privada no empreendimento. Esse deve ser o ponto de partida. O tamanho e a modalidade da participação privada são o cerne da questão.
Na audiência de 18 de abril, as entidades comunitárias UAB (União das Associações de Bairros) e AMaesa (Associação Amigos da Maesa) apresentaram a proposta de uma fundação pública de direito privado para gestão do complexo, aos moldes da Fundação Theatro São Pedro.
Na ocasião, a maioria das manifestações da
comunidade, foi em defesa da Maesa,
ressaltando a importância do espaço
para a população.
Modelo de gestão por meio de fundação
A fundação, segundo os defensores da proposta, teria
autonomia administrativa e financeira.
O grupo definiria a melhor proposta de ocupação e uso do
complexo da Maesa. A administração da fundação seria organizada por meio de uma
diretoria, diretorias técnica e administrativa e conselhos
deliberativos e fiscais. Segundo Eloi Frizzo,
o plano defendido pelas entidades já existe há muitos anos, ao
contrário do que diz a prefeitura, que afirma só haver "um
projeto".
Um conselho deliberativo seria composto por nove pessoas, sendo quatro de indicação da prefeitura (representantes do gabinete, e das secretarias de Cultura, Turismo e Agricultura) e outros cinco representando CIC Caxias, Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, Sindiserv, OAB e UAB.
Já o conselho fiscal seria formado por três titulares e três suplentes, de livre indicação do Executivo.
Os mandatos dos Conselhos seriam de dois anos, com possibilidade de reeleição dos membros.
E o assessor jurídico da UAB, o ex-vice-prefeito Elói Frizzo, lembrou que o tombamento federal da Maesa pode credenciar o patrimônio histórico caxiense a recursos orçamentários via Ministério da Cultura.
Recapitulando
Cecília Pozza, presidente do PDT, não concorda com a visão de que a prefeitura está promovendo o
diálogo sobre a gestão da Maesa, como defende, entre outros, o
vereador Bueno ( PDT). Segundo ela, "não
concordamos com o que está posto.
Eu deixei claro no conselho, não dá para defendermos uma coisa
que já veio pronta.
De uma hora para outra, vem uma pressão que a gente não sabe de
onde saiu".
A Câmara não pode ser palco e instrumento para promoção individual. Não podemos fazer audiência pública para entidades ou para pessoas exclusivas. A presidente do PDT, Cecília Pozza, lembra que se não fosse a UAB, a discussão não teria avançado.
A Câmara não pode ser palco e instrumento para promoção individual. Não podemos fazer audiência pública para entidades ou para pessoas exclusivas. A presidente do PDT, Cecília Pozza, lembra que se não fosse a UAB, a discussão não teria avançado.
Um projeto de ocupação foi desenvolvido pela secretaria de Cultura do governo Alceu, sob coordenação de Rúbia Frizzo, por meio do Plano de Uso e Gestão da Maesa. Ele previa o uso dos espaços para abrigar secretarias municipais, além da construção de um mercado público, museu e espaços culturais. Na proposta, a utilização do complexo seria feita em etapas, todas executadas pela prefeitura, principalmente com recursos economizados pelo fim do aluguel pago pelas sedes das secretarias.
Na avaliação do ex-prefeito de Alceu Barbosa, envolvido nas questões da Maesa ao longo de seu governo, é importante que a sociedade participe intensamente dos debates, e que o poder público seja o principal responsável por todo o complexo. Além disso, o pedetista criticou a recente atuação dos vereadores do PDT na Câmara – Lucas Diel, líder do governo na Câmara, e Rafael Bueno, presidente da Frente Parlamentar A Maesa é Nossa. Para Alceu, é "lamentável" que os parlamentares, que oficialmente não compuseram a base do governo, defendam as propostas do Executivo.
Pela UAB, o desejo deles é que a Maesa seja palco para os
artesãos de Caxias, e que a entidade vai siga lutando até ver
a comunidade dentro do complexo. Ele ainda enfatiza que o Mercado Público dentro do espaço é
um sonho dos bairros.
A luta da comunidade juntamente com os vereadores para a
criação da Feira Maesa Cultural e da Frente Parlamentar.
Na terceira audiência da Maesa, o secretário Matheus Rocha foi curto nas palavras, e disse estar aberto para ouvir a comunidade e garantiu que irá "reunir todas as manifestações e contemplar a multiplicidade de atores".
Na terceira audiência da Maesa, o secretário Matheus Rocha foi curto nas palavras, e disse estar aberto para ouvir a comunidade e garantiu que irá "reunir todas as manifestações e contemplar a multiplicidade de atores".
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