Onze países da cúpula anti-inflação vão atuar por cesta básica mais barata

O encontro da cúpula, no último dia 5, realizou-se por iniciativa do México, com a participação de Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Honduras, Venezuela e São Vicente e las Granadinas (na qualidade de presidente pro tempore da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, Caricom). Os participantes marcaram uma nova reunião para 6 e 7 de maio, desta vez presencial, em Cancun. 

Os 11 governos aprovaram um conjunto de ações destinadas a baratear os custos de produtos da cesta básica e bens intermediários para uma população mais pobre e vulnerável. O acordo é um passo concreto para a integração latino-americana.

Participaram da sessão virtual os mandatários ou representantes da Argentina, Belice, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Venezuela e São Vicente e las Granadinas (em sua qualidade de presidente pro tempore da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, Celac).

Durante o encontro foi feito um diagnóstico das causas do fenômeno inflacionário, como as alterações nas cadeias de produção e distribuição de bens, produtos e serviços depois da pandemia da covid-19, assim como outras que nem os grandes meios de comunicação nem os organismos internacionais afins a Washington (FMI o Banco Mundial) mencionam.

O pacto se articula em torno à segurança alimentar e nutricional, além de incluir aspectos positivos como a transferência de tecnologia, que se reduz a certos assimétricos e neocoloniais e também enfrenta evidentes desafios e limitações: todos os esforços devem ser realizados em um contexto de acordo com os pactos multilaterais, regionais, sub-regionais e bilaterais a que cada país é obrigado.
Instrumentos de cooperação econômica

Além dos resultados pontuais que se apresentaram, a cúpula marcou um tento sendo o primeiro avanço em matéria de instrumentos de cooperação econômica regional desde que Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai fundaram o Mercado Comum do Sul (Mercosul) em 1991. A Aliança contra

a Inflação tem um enorme interesse por seu potencial embrionário de dar passagem a um acordo mais ambicioso entre os membros fundadores, que poderia exercer influência sobre outros países da região, seja para integrá-los ou para inspirar novas iniciativas em favor da unidade.

O acordo constitui um passo concreto e imediato para a integração latino-americana, agora pobre em resultados até tangíveis. Agora existe um ponto de partida sólido para seguir nessa direção, na busca do bem estar das maiorias sociais.


Plano de ação


Os participantes marcaram uma nova reunião para 6 e 7 de maio, desta vez presencial, em Cancum, da qual participarão chanceleres, ministros da Economia e empresários; serão convocados outros países da região.

Enquanto isso, o grupo técnico definirá medidas de cooperação regional para reduzir custos de produtos básicos e insumos para sua produção, como fertilizantes químicos e orgânicos, sempre de acordo com os acordos multilaterais de cada país.

A cúpula deu margem também a definir um plano de ação para favorecer o intercâmbio comercial de alimentos e insumos na região, com redução de custos e download de tecnologia; buscará ainda mudar mais ágeis para acesso ao crédito internacional, que permite ampliar o financiamento multilateral para projetos agrícolas, agroindustriais e de infraestrutura para o transporte de mercadorias.

O encontro decidiu ainda definir a decisão de coordenação com o setor privado, produtores, compradores, transportistas e operadores logísticos, para dar sequência aos compromissos da cúpula. Os mandatários decidiram buscar medidas logísticas que agilizem em portos e fronteiras a importação e exportação de produtos alimentícios, insumos e tecnologia que estimulem a atividade agrícola.

Gerardo Villagrán del Corral | Antropólogo e economista mexicano, associado ao Centro Latinoamericano de Análise Estratégica (CLAE, www.estrategia.la).
Tradução: Ana Corbisier

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