Lula e primeiro-ministro dos Países Baixos se reúnem em Brasília



 O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu, nesta terça-feira (9/maio), a visita do primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, em Brasília.

Agência Brasil – Em reunião bilateral que durou cerca de 1h30 no Palácio do Planalto, os dois falaram sobre as relações entre os dois países, com uma ampla parceria econômica e comercial, preservação ambiental aliada à transição energética e também sobre possíveis soluções para o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Após o encontro, os dois fizeram uma breve declaração para a imprensa. Lula falou sobre a importância da retomada do protagonismo da diplomacia brasileira após anos em quase isolamento. Mais tarde, o presidente do Brasil e a primeira-dama, Janja da Silva, ofereceram um jantar no Palácio do Itamaraty à comitiva neerlandesa.

“Foi com muita satisfação que recebi o primeiro-ministro hoje. Fazia muito tempo que o Brasil não fazia política internacional.Era como se o Brasil tivesse saído do mapa do mundo. Nós resolvemos fazer com que o Brasil voltasse a exercer a sua soberania”, disse o presidente.

Por sua vez, o premiê neerlandês afirmou que a visita teve como objetivo “celebrar a amizade entre os nossos países”, mas também falar de negócios. Ele anunciou a compra de 5 aviões KC-390 produzidos pela Embraer após uma visita à fábrica de aeronaves, no estado de São Paulo. Na quarta, ele irá ao Ceará conhecer o porto de Pecém, que tem uma parceria de 75 milhões de euros com o porto de Roterdã.

“Essa é nossa primeira visita internacional de maior porte desde a pandemia e não é por acaso que foi ao Brasil. Nossa relação é de séculos e temos parcerias em diversos campos”, destacou Rutte, que acompanhou de uma convidada de executiva de seu país. “Precisamos da liderança do Brasil no cenário mundial”.


Foto: Ricardo Stucker



Em busca da paz

Lula e Rutte também falaram sobre os esforços para chegar à paz no conflito entre Rússia e Ucrânia. O presidente brasileiro reforçou junto ao premiê sua intenção de formar um grupo de países que possam discutir juntos uma maneira de encerrar a guerra. Para o neerlandês, a própria segurança do continente europeu depende disso.

“A guerra é uma questão existencial, não só por causa dos países, mas porque nossa segurança estará em risco”, enfatizou. “A ajuda do Brasil é importante para achar soluções, mas isso tem que começar pela presidência ucraniana. É importante que todos nos envolvamos com isso, precisamos nos ajudar uns aos outros”.

Lula, por sua vez, destacou a viagem do assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, à Ucrânia para conversar com o presidente do país, Volodymyr Zelenslky. Há pouco mais de um mês, o ex-chanceler brasileiro também esteve em Moscou para conversar com o presidente russo Vladimir Putin.

“É hora da diplomacia, não é hora de guerra.Todo mundo sabe que o Brasil condenou a invasão territorial da Ucrânia, mas a continuidade só vai levar à morte. Foi essa a razão das conversas com a China, com o primeiro-ministro da Inglaterra, hoje, e também vai ser razão da conversa com a Índia, com outros países. A Ucrânia tem sua razão, não pode perder sua integridade territorial, tem direito de resistir”, declarou.

países parceiros

 No jantar no Itamaraty, Lula exaltou a parceria entre os dois países, que não se dá apenas no campo comercial, mas também nos valores compartilhados. “Nós temos uma coisa em comum: nós amamos a democracia. Outra coisa em comum: nós queremos a preservação do clima, a preservação das nossas florestas e nós queremos fazer uma revolução energética nesse mundo”, falou.

Os Países Baixos são, tradicionalmente, um dos principais parceiros comerciais do Brasil. A nação é a segunda colocada entre os maiores investidores estrangeiros imediatos no mercado brasileiro, com estoque de cerca de US$ 126 bilhões em 2021. Em 2022, foi o quarto país  do mundo – e o primeiro da Europa – que mais importou produtos brasileiros, com um fluxo de US$ 11,9 bilhões.Também está em 21º no ranking de países que mais exportam para o Brasil, com US$ 2,75 bilhões.

O principal produto brasileiro de exportação foi o petróleo, com 18% do total, seguido pela soja (9,5%) e ferro (5,9%). Os combustíveis refinados responderam por 42% dos produtos neerlandeses importados pelo Brasil, seguidos por adubos e fertilizantes (11%) e produtos industrializados (4,7%).





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