É possível exonerar Campos Neto do Banco Central
Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta sexta-feira (23/junho), o ex-ministro do Trabalho, das Comunicações e da Previdência Social Ricardo Berzoini (PT-SP) revelou que Roberto Campos Neto pode ser exonerado da direção do Banco Central.
Essa é uma exigência política do governo, depois de Campos Neto manter, pela 7ª reunião seguida do Copom a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, ignorando sinais positivos do governo com o arcabouço fiscal e com a redução da taxa de inflação.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT) protocolou pedido ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para que se avalie a saída de Campos Neto do cargo. A presidente Nacional do PT, Gleisi Hofmann, já havia desencadeado campanha nacional contra a conduta de Campos Neto. Bancos, instituições diversas, comércio, indústria e a população vêm levantando o tom contra a quebra de braço estabelecida por Campos Neto. Na semana que encerra, a Presidente do Magazine Luiza, Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração da rede de lojas Magazine Luiza, solicitou a Campos Neto, publicamente, que reduzisse a taxa de juros do país, responsável por dificuldades impostas a pequenos, médios e grandes varejistas.
Em entrevista à revista Fórum, Berzoini, que já foi articulador político dos governos Lula e Dilma, deixou claro que a vitória contra Campos Neto é possível. "Está claro que é uma quebra de braço política", disse.
"O governo tem que convocar o Conselho Monetário Nacional e com dois votos a um propor ao presidente que mande para o Senado a demissão do presidente da diretoria do Banco Central. Segundo ele, pelo menos 80% da população brasileira aprovará se o presidente Lula fizer isso.
Berzoini acredita que a votação positiva de Zanin pode ser exemplo de que o governo conquistaria uma boa votação no Senado, e previu uma reação dos índices econômicos.
"É claro que o mercado vai ficar instável por alguns dias, vai subir a expectativa de juros e a bolsa vai cair, mas isso é coisa passageira. E que Lula nomeie uma diretoria efetivamente técnica, com um compromissão, que a variável do crescimento e a geração do emprego é tão importante quanto o controle da inflação", completou.
Segundo o entrevistado da Fórum, "a previsão da inflação para esse ano é de 5,5%. Essa inflação de 5,5% pode ter um juro de 8%, que ainda é alto, considerando o spread bancário".
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