Governo anuncia retomada de estoques públicos de alimentos pela Conab



A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário anunciaram na quinta-feira (29/junho) a retomada da política de formação de estoques públicos de grãos.

"Nossa previsão é de uma safra recorde. A Conab, a maior empresa [do tipo] da América Latina, vinha de uma conjuntura que apontava para a desmobilização das políticas públicas. Nós estávamos com a capacidade de armazenamento defasada", disse o diretor-presidente da Conab, Edegar Pretto. "A Conab deixou de fazer estoques públicos, e não por acaso a inflação dos alimentos é o dobro da inflação geral. Queremos comprar milho para dar segurança e estabilidade ao produtor", disse.

Para demonstrar como a política de estoques públicos vinha sendo abandonada, Pretto afirmou que em 2012 a Conab tinha um milhão de toneladas de arroz, ao passo que atualmente há apenas mil toneladas.

A primeira compra deve ser de  500 mil toneladas de milho, traduzindo um investimento de R$ 400 milhões. As aquisições dependem também, da expansão da infraestrutura da Conab: "Temos que comprar na medida em que pudermos guardar", mas sinalizou que outra compra poderá ocorrer até o final do ano em curso. Os estoques funcionam como um mecanismo regulador de preços no mercado. A Conab estoca os grãos e quando seu preço tem alta excessiva no mercado, ela vende seus estoques, driblando a inflação. Em caso de super safra, a Conab compra os grãos pelo preço mínimo, evitando que o agricultor tenha prejuízo e aumentando seu estoque.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro,  defendeu a retomada dos estoques diante da experiência do governo Jair Bolsonaro (PL). "Começa a fazer sentido o que significa o slogan do nosso governo. Sabemos que a grande maioria dos grandes produtores não apoiaram o presidente Lula, mas a eleição acabou e trabalhamos para todo Brasil", explicou .

A presença do Estado protege tanto o produtor quanto o consumidor, na medida em que há uma cadeia de elementos para a composição dos preços. A escassez do milho, mpor exemplo, tem reflexo na criaçao de a nimais, que dele se alimentam. O ministro Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário acentuou que "um país soberano tem que ter soberania alimentar, a capacidade de alimentar seu povo. Se a política do governo passado fosse correta, não haveria 30 milhões de pessoas com insegurança alimentar grave".

Desde 2016, a Conab perdeu mais de 20 unidades de armazenamento, que são complexos de armazéns. O ministro do Desenvolvimento Agrário adiantou que pretende uma expansão dos armazéns da Conab no chamado PAC-3, em sintonia com o discurso de Preto, que lembrou que hoje o governo nãoi npode comprar mais do que sua capacidade de armazsenar.

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