"Modelo de Moro e Dallagnol dá nojo", diz Gilmar Mendes ao defender juiz de garantias

"Modelo de Moro e Dallagnol dá nojo", diz Gilmar Mendes ao defender juiz de garantias. "O que se está se oferecendo ao Brasil é a chance de uma fuga para frente”, definiu o ministro do STF.


O ministro  Gilmar Mendes renova críticas fortes à Lava Jato e a dois de seus destaques:  o ex-juiz parcial e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

"Acho que houve uma paixão por um segmento aí da magistratura em relação a esse tema, paixão que tem até a ver com uma certa memória. Veja que quem ficou contra o juiz de garantias foi o Moro, uma certa homenagem à Lava Jato. Mas fazer homenagem à Lava Jato agora está meio esquisito, meio estranho. Alguém ainda se filia a essa corrente depois de tudo que se revelou na Vaza Jato? Alguém ainda é capaz? O que se está oferecendo ao Brasil é a chance de uma fuga para frente, de não repetir mais esse modelo. Esse modelo de Moro, Dallagnol, força-tarefa e Bretas dá asco, dá nojo. Alguém é capaz de subscrever isso? Alguém quer dizer ‘eu compartilho disso, esse é um bom modelo’?”, provocou o ministro em entrevista na sexta-feira (23) a Carla Araújo e Tales Faria, jornalistas do UOL.

Sempre preciso em suas respostas, sobre a possibilidade de cassação de Moro, Gilmnar foi evasivo: "O futuro a Deus pertence”.

Mas retomou, em seguida, o estilo irônico que o caracateriza, ao mencionar o episódio dos Pix Divinos protagoniozados por Dallagnol que, em uma live,  contou ter recebido diversas transferências bancárias de 'agentes de Deus'. “O Brasil produziu esses combatentes da corrupção que gostam imensamente de dinheiro. Esse é um dado curioso. Veja que o Dallagnol inclusive viaja para o exterior e diz que viajando no avião começou a receber pix. É um novo fenômeno da espiritualidade com o dinheiro”, ironizou o ministro.

Gilmar Mendes defende a figura do Juiz de Garantias, motivo, inclusive, de um frisson entre ele e o colega ministro Luiz  Fux. Mas é enfático em relação ao modelo Moro e Dallagnol: "da asco e nojo".

O juiz de garantias  determina que o magistrado responsável pela sentença não é o mesmo que analisa as cautelares durante o processo criminal. A implementação do mecanismo está suspensa desde 2020 por ordem de Luiz Fux, relator da medida no STF. A Corte retomou a análise, que gerou discussão entre Gilmar e Fux na quinta (22/junho)



O mecanismo foi criado no pacote anticrime, sancionado pelo então presidente Bolsonaro em dezembro de 2019. A proposta foi elaborada após as revelações da Vaza Jato, que desnudou o conluio entre o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol. Moro era contrário à ideia mesmo após assumir o Ministério da Justiça no governo Bolsonaro.


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