Lula: “Muitas respostas para construir um mundo mais equitativo estão na África”
Em discurso na sessão estendida da cúpula do BRICS, presidente brasileiro projeta maior integração com o continente africano
Em discurso na sessão estendida da Cúpula de chefes de Estado do BRICS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que muitas das soluções para um futuro menos desigual e mais inclusivo podem ser encontradas no continente africano. Segundo ele, o mundo como um todo retrocedeu nos últimos anos e novos caminhos precisam ser encontrados. "Vamos retomar nossa vocação universalista e reconstruir nossos vínculos históricos com os países em desenvolvimento. A prosperidade só é plena quando compartilhada”, afirmou.
Enquanto preocupações de segurança limitam cada vez mais o
compartilhamento de tecnologias, a União Africana lança estratégia
de transformação digital e centenas de startups e centros
de inovação surgem na África. Ao mesmo tempo em que proliferam
medidas unilaterais que ameaçam a integridade do regime comercial,
o continente africano se transforma na maior área de livre
comércio do planeta, com 1,3 bilhão de pessoas e PIB combinado de
3,4 trilhões de dólares”, destacou. “Muitas das respostas que
buscamos para construir um mundo mais equitativo estão na
África”.
O presidente brasileiro citou alguns retrocessos recentes que se
transformam em grandes desafios atuais, como a insegurança
alimentar, que voltou a patamares de 2005 e a erosão de processos
políticos democráticos em vários países. “O mundo andou para
trás”, resumiu, no evento batizado de Diálogo de Amigos do
BRICS.Lula criticou, ainda, a queda do investimento internacional nos países em desenvolvimento, que ainda dependem de commodities e da importação de bens de primeira necessidade. Esse cenário, aliado a altos juros e condições impostas pelo sistema financeiro internacional, restringe o crescimento dessas nações. Mas para além de diagnosticar os problemas, o presidente indicou caminhos. Para ele, a transição energética com sustentabilidade e combate às desigualdades é um ativo importantes para que os países em desenvolvimento encontrem saídas para parte dos desafios atuais.
“Existem formas sustentáveis de ampliar a produtividade agrícola, gerar renda e oferecer proteção social. Foi isso que discutimos na Cúpula da Amazônia, em Belém, no começo deste mês. E queremos discutir com os países das demais bacias tropicais, a do Congo e a do Bornéu-Mekong. O Brasil vai assumir a presidência do G20 em dezembro e quer recolocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional”, disse o líder brasileiro, ressaltando que vai defender o ingresso da União Africana no G20. "Vamos retomar nossa vocação universalista e reconstruir nossos vínculos históricos com os países em desenvolvimento. A prosperidade só é plena quando compartilhada".
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