Adiada, votação de relatório da CPI do MST sinaliza derrota de extremistas

Ruralistas da CPI do MST já não têm expectativas quanto ao relatório do réulator Ricardo Salles, que tenta criminalizar o movimento. Enquanto isso, MST aproveita holofotes e preossegue  campanha de esclarecimento sobre suas atividades firmando-se ainda mais como um dos maiores movimentos sociais do mundo


RBA – Após ausência de materialidade para as acusações dos extremistas e ruralistas contra os sem-terra, eles também perderam maioria na comissão. Como resultado, o relatório que seria votado na terça última (26/setembro) foi suspenso. Com previsão de retomada nos próximos dias, até sexta, existem riscos de que o documento sequer passe pelo escrutínio dos deputados.

Trata-se de  manobra orquestrada pelo  núcleo de poder da CPI (leia-se  presidente Zucco (Republicanos-RS) e  Ricardo Salles (PL-SP), relator). Mesmo antes do início das CPI, era sabido que o relatório de Salles  buscaria culpar os movimentos sociais por crimes que a CPI não conseguiu provar. 

A expectativa é que os ruralistas tenham, no máximo, 13 votos, resultando em empate, o  suficiente para derrubar o relatório, cujas principais características apontam fragilidade, falta de provas, segundo argumentam o MST e os governistas.  

Relatório paralelo


Zucco prepara um “relatório paralelo”, pacote de medidas que ele pretende encaminhar ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com objetivo de dificultar a luta constitucional pela reforma agrária. A proposta, inclusive, abre brecha para classificar ocupações como terrorismo.


A CPI do MST

Em contrapartida, o MST prossegue campanha de esclarecimento sobre as atividades deste que é um dos maiores movimentos sociais do mundo. O movimento pede para que os parlamentares “zelem pelos princípios republicanos e democráticos, para que se impeça […] a propagação de mentiras, do ódio, da violência e da discriminação e perseguições inúteis”.


Um abaixo-assinado que já conta com mais de 63 mil adesões busca apoio da sociedade. Entre os signatários, nomes como Luis Fernando Veríssimo, Carol Proner, Kenarik Boujikian, Eduardo Moreira e Chico Buarque. “Há uma clara intencionalidade de criminalizar o MST, os movimentos do campo e também movimentos de luta pela moradia na cidade. A constituição brasileira garante o legítimo direito de organização de todas as categorias de trabalhadores e da realização de diferentes formas de mobilização na luta por seus direitos históricos”, afirma o texto.


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