Ex-comandante do Exército revelou a oficiais detalhes de reuniões golpistas coordenadas por Bolsonaro

Jair Bolsonaro e General Marco Antônio Freire Gomes (Foto: Isac Nóbrega/PR)


O general Freire Gomes teria participado de pelo menos dez reuniões no Planalto e se colocado contra o envolvimento dos militares em uma intentona golpista. As afirmações são de alguns oficiais interlocutores e as reuniões não constavam em agenda oficial do então presidente.


Fato que soa gravíssimo é o Exército ter tomado a decisão de não apoiar os planos golpistas após consultar representantes de governos estrangeiros, como os Estados Unidos e o Reino Unido, que expressaram forte oposição a qualquer ruptura democrática no Brasil, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. "A decisão do Exército de que não apoiaria planos golpistas, como pediam os bolsonaristas, não foi uma posição definida formalmente em reuniões do Alto Comando. Ela surgiu de conversas espontâneas entre generais —e, especialmente, de consultas de representantes de governos estrangeiros à cúpula militar, segundo a Folha.

Os encarregados de negócios dos EUA no Brasil, Douglas Knoff, e do Reino Unido, Melanie Hopkins, participaram de reuniões secretas com generais do Exército Brasileiro para sondar qual posição a Força pretendia adotar.

O ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, teria compartilhado com pessoas próximas detalhes de conversas mantidas com Jair Bolsonaro e militares da reserva, oportunidades em que  era discutida  possibilidade de um golpe de estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Segundo a Folha de S. Paulo, pelo menos oito generais confirmaram que Freire Gomes relatou os encontros a oficiais próximos – sem informar o Alto Comando da Força – e que ele sempre teria se posicionado de forma contrária a uma intentona golpista. 

“Freire Gomes e os ex-comandantes Almir Garnier (Marinha) e Baptista Junior (Aeronáutica) foram chamados cerca de dez vezes por Bolsonaro para reuniões no Palácio da Alvorada em novembro e dezembro, após a vitória de Lula. Todas as reuniões ocorreram fora da agenda presidencial, e suas convocações eram feitas pelo celular do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, ou pelo próprio ex-presidente”, registra a reportagem da Folha.

A primeira reunião convocada por Bolsonaro teria acontecido em 1º de novembro, dois dias após a vitória de Lula. "Em outras ocasiões, segundo as fontes mencionada na reportagem, Bolsonaro e militares de seu entorno defenderam abertamente intenções golpistas de se buscar formas de questionar ou reverter o resultado eleitoral”, ressalta um trecho da reportagem. 


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