No mês da Consciência Negra, um espaço de Educação Antirracista em Caxias do Sul



A Escola Estadual de Ensino Fundamental Abramo Eberle comemora o Mês da Consciência Negra com o projeto Consciência negra e os desafios para vencer o racismo e o preconceito na atualidade por meio da educação antirrascista, desenvolvido por alunos do 6º ao 9º anos e coordenado pelo professor jornalista Roberto Carlos Dias.

 
Segundo o professor, o projeto é resultado de experiência e de práticas pedagógicas bem-sucedidas, colocadas em execução na escola em 2022.  O trabalho foi disponibilizado pela Coordenação Pedagógica da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE) como referencial de propostas e dinâmicas antirracistas que podem ser trabalhadas com os alunos na Semana da Consciência Negra, bem como nas práticas diárias, nos conceitos de educação antirracista. 

A convite de alguns diretores e coordenadores pedagógicos de outras escolas, o jornalista e professor de História e Geografia Roberto Carlos Dias levou a experiência adiante, compartilhando-a com diversos colegas. 

O professor explica que o objetivo do trabalho é despertar os educandos para o conhecimento  acerca dos fatos históricos e geográficos relativos à temática do racismo, passando pelo preconceito, pela xenofobia e pela desigualdade salarial relacionada a cor e raça, tão presentes no modelo sociedade atual, atravessada por práticas como a do trabalho análogo à escravidão, cujas raízes estão no século XIX. "Com a  proposta, se quer despertar a consciência para o respeito ao outro, com suas culturas e suas histórias, independentemente de cor, raça ou credo", enfatiza o professor. 

O projeto propicia, além do estudo dinâmico da História do Brasil, da América e da África, a construção de uma visão mais ampla sobre memória e cultura brasileira a partir da contribuição dos negros, seja na história, culinária, literatura, arte e cultura do Brasil, interrelacionando áreas de ensino como arte, cultura, dança, culinária, religião, entre outras que despertem o interesse a partir da ótica do aluno (a), tornando-o protagonista da sua própria vivência escolar e em sociedade.
A partir do projeto, o estudante desenvolve o respeito às mais diversas formas de expressão religiosa, especialmente as de matrizes africanas, que ainda sofrem grande preconceito e resistência de aceitação, embora estejam relacionadas diretamente com o sincretismo religioso a partir da fé cristã, por meio de santos venerados na Igreja Católica. 

Além disso, o projeto permite uma saudável ruptura entre um modelo de ensino/aprendizagem que já não se adequa mais à uma sociedade digital e permite debates atualizados, com rodas de conversa, exibição de filmes, pesquisas e apresentação de trabalhos sobre práticas de racismo, trabalho análogo à escravidão e xenofobia na atualidade. 

A iniciativa assumiu o formato de uma grande feira de apresentação de elementos artísticos e culturais, no ginásio de esportes da escola, com a participação de toda a comunidade escolar, que pode assistir, também, apresentações artísticas e culturais como dança africanas e latinas, apresentações teatrais e do Grupo de Capoeira Conquistadores da Liberdade. 

A 2ª edição do projeto Consciência Negra está marcada para 2 de dezembro, das 9h às 12h, e é aberta à comunidade escolar, com cartazes, desenhos, pinturas, apresentações musicais e de dança, interpretação teatral, contos literários, poemas, poesias, degustação de pratos relacionados à culinária trazidas pelos negros. 

Nas fotos,  Grupo de Capoeira Conquistadores da Liberdade Caxias e de alunos interpretando contribuição da civilização Egípcia para Humanidade. 



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