Brasileiros têm inflação mais baixa dos últimos quatro anos
A taxa anual deverá fechar no menor patamar desde 2019, segundoi analistas do mercado financeiro. Estimativa é de 4,46% para inflação e dólar a R$ 4,90 ao final de 2023. Segundo o Banco Central há apenas 17% de possibilidade de descumprimento da meta em 2023
Secom – Segundo o boletim Focus do ano, divulgado pelo Banco Central (BC). O mercado reduziu na margem a projeção de inflação para 2023 e a previsão para a taxa Selic de 2024. Como resultado, o país terá a inflação mais baixa em quatro anos.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) baixou para 4,46%, frente aos 4,49% divulgados na semana anterior. É a menor taxa anual desde 2019. Neste ano, a inflação deve voltar ao intervalo definido pela meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,25% — com tolerância de até 4,75% (margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos). O BC apontou que há apenas 17% de possibilidade de descumprimento da meta em 2023. Em setembro, a probabilidade era de 67%.
Para 2024, a previsão da inflação caiu para 3,91% (antes era 4,49%). O Focus reúne a projeção de cerca de 100 instituições do mercado para os principais indicadores econômicos do país. Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda divulga a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de dezembro.
O boletim também assinalou a revisão para baixo em relação às expectativas de câmbio e a primeira queda da Selic de 2024. Para o dólar, o relatório indicou expectativa de queda para 2023, 2025 e 2026: respectivamente, R$ 4,90 (R$ 4,93 no anterior), R$ 5,05 (antes era R$ 5,08) e R$ 5,10 (R$ 5,11). Para 2024 a projeção se manteve em R$ 5,00. Para a taxa Selic de 2024, o mercado voltou a projetar que termine em 9%, depois de ficar o último trimestre em 9,25%.
Terceiro trimestre
O BC, na semana anterior ao boletim, divulgou o relatório de inflação
do terceiro trimestre e registrou que a inflação do país, medida pelo IPCA,
deve fechar o ano em 4,6%. De acordo com o documento, a decisão do Comitê de
Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto
percentual — para 11,75% ao ano — é compatível com a estratégia de
convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte
relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025.
Na avaliação do BC, o ambiente externo segue volátil, com movimentos expressivos das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, primeiramente subindo e mais recentemente recuando e com os núcleos de inflação permanecendo em níveis elevados em diversos países.
O BC avalia que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho e que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", registra o relatório.
Na avaliação do BC, o ambiente externo segue volátil, com movimentos expressivos das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, primeiramente subindo e mais recentemente recuando e com os núcleos de inflação permanecendo em níveis elevados em diversos países.
O BC avalia que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho e que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
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