Moraes: Fake news e discursos de ódio foram 'anabolizados' por mau uso de IA
Moraes afirma que a Justiça Eleitoral sai fortalecida para frear a circulação de fake news e discursos de ódio "anabolizados pelo mau uso da inteligência artificial"
O Presidente do Tribunal Superior Eleitoral defendeu a adoção regras aprovadas pela Corte para regulamentar uso da IA nas eleições e reforça que candidatos e plataformas serão responsabilizados em caso de descumprimento
O TSE proibiu a disseminação de notícias falsas manipuladas por inteligência artificial (deep fakes). Se a regra for descumprida, o candidato poderá ter o registro ou o diploma cassado.
Estão vedados, também, "conteúdos sintéticos em formato de áudio, vídeo
ou combinação de ambos, que tenham sido gerado ou manipulados digitalmente,
ainda que mediante autorização, para criar, substituir ou alterar imagem ou
voz de pessoa viva, falecida ou fictícia".
Provedores que não tirarem do ar, com agilidade, conteudos vedados pela Justiça eleitoral, (perfis e publicações com discurso de ódio, preconceituoso ou antidemocrático) serão punidas.
Provedores que não tirarem do ar, com agilidade, conteudos vedados pela Justiça eleitoral, (perfis e publicações com discurso de ódio, preconceituoso ou antidemocrático) serão punidas.
"Se não retirarem conteúdos antidemocráticos, racistas, fascistas, que instiguem o discurso de ódio, eles passam a ser responsáveis solidariamente civil e criminalmente, para que nós possamos, finalmente, por ora no campo eleitoral, acabar com essa terra sem lei que existe nas redes sociais", garantiu Moraes.
A ministra Cármen Lúcia foi a responsável por costurar as propostas dos colegas do TSE e da sociedade civil para atualizar as diretrizes sobre o uso de novas tecnologias nas eleições. Ela também defendeu que as big techs respondam pelos conteúdos veiculados.
"Essas obrigações se impõem como um dever de cuidado democrático", afirmou. "Não há nenhuma possibilidade de se cogitar de essas formas de atuação serem impedimento aos desempenho livre dessas plataformas, dos provedores. Apenas queremos que eles atuem constitucionalmente, cumprindo a função social que é atribuída a todas as entidades empresariais de qualquer natureza."
Cármen Lúcia vai suceder Alexandre de Moraes na presidência do TSE e será responsável pela organização das eleições municipais.
"A experiência de 2018, 2020 e, especialmente, 2022 deu demonstração de que essas tecnologias influenciam. Nós não queremos que se ponha um chip não físico na liberdade do eleitor. Que é isso que se faz por uma tela que mostra alguma coisa que não é verdadeira," declarou a ministra.
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