História Hoje: Passeata dos cem mil
Agência Brasil – 26 de junho de 1968. Manifestantes ocupam a Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, contra a ditadura militar. A luta pela democracia reuniu milhares de pessoas nas ruas e ficou conhecida como a Passeata dos Cem Mil. O ato contou com figuras de destaque nacional como o cantor e compositor Chico Buarque, o ator Paulo Autran e a escritora Clarice Lispector.
Uma série de eventos antecedeu o movimento. Cerca de uma semana antes, em 18 de junho, o líder estudantil Jean Marc von der Weid havia sido preso após uma manifestação. No dia 20, mais de 300 universitários foram repreendidos com violência e acabaram presos.
No dia 21 de junho, uma nova passeata pela liberdade paralisou o centro da cidade e terminou de forma violenta. De acordo com o Centro de Documentação de História Contemporânea, da Fundação Getúlio Vargas, 28 pessoas morreram no confronto que ficou conhecido como Sexta-feira Sangrenta.
Um novo protesto foi marcado para o dia 26. Dessa vez, maior e mais organizado para mostrar que a sociedade não tolerava mais a arbitrariedade da ditadura. Organizadores solicitaram ao governador do estado da Guanabara, Negrão de Lima, que não houvesse intervenção da polícia.
Os manifestantes se concentraram na Cinelândia e discursaram contra a violência e contra a censura. Com gritos de “Abaixo à ditadura”, estudantes, artistas, religiosos e intelectuais marcharam em direção à Praça Tiradentes. Por onde passavam, eram recebidos com chuva de papel picado em sinônimo de apoio.
A Passeata dos Cem Mil chamou a atenção do general Costa e Silva que aceitou receber alguns representantes. Entre os pedidos, o grupo reivindicou a liberação de estudantes presos e mais verbas para as universidades. Mas
nenhuma das reivindicações foi atendida.
História Hoje é um quadro da Rádio Nacional publicado de segunda a sexta-feira na Radioagência Nacional. Ele rememora acontecimentos marcantes e curiosidades de cada dia do ano. Acesse todos os episódios aqui.
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