NO G20, avançam discussões em reforma de bancos multilaterais, dívida pública e pagamentos entre países

Na segunda reunião do GT sobre Arquitetura Financeira Internacional, países-membros do G20 debatem soluções para desafios financeiros globais, visando a maior colaboração entre países credores e devedores, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a estabilidade econômica



G 20 – Os países membros do G20 avançaram em ações concretas sobre reestruturação da dívida de países; melhoria dos mecanismos de pagamentos transfronteiriços; e na construção de um mapa orientador para a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês). A segunda reunião do grupo de trabalho sobre Arquitetura Financeira Internacional (IFA, em inglês), um dos mais tradicionais do fórum, nos dias 25 e 26 de março, em Brasília, foi centrada em temas estruturantes para a presidência brasileira do grupo e com impactos significativos para a economia global.

“É um grupo que ajuda a formar consensos que vão influenciar nos conselhos administrativos de organizações financeiras internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e bancos multilaterais. Então, o trabalho do grupo serve principalmente para reformar as instituições financeiras internacionais e construir um mundo que funcione melhor para os países de desenvolvimento, nas diversas prioridades que a gente possa ter”, explicou Felipe Antunes do  Ministério da Fazenda do Brasil (MF), que coordena o GT junto com o Banco Central do Brasil (BCB).

Para o mês de julho, o grupo planeja entregar uma primeira reflexão sobre sistemas de reestruturação de dívidas, que pontua a contribuição entre diversos agentes da dívida e bancos de desenvolvimento por uma solução para que os países consigam administrar melhor a dívida com recursos internos, por exemplo. “Do ponto de vista brasileiro, o que a gente tem trabalhado e articulado no G20 é a construção de soluções em conjunto. Reforçar as capacidades dos países para que eles tenham a situação da dívida não apenas resolvida, mas também que se estruturem para que não volte a ocorrer no futuro”, explicou Klinger.
 

PIX são exemplo para o mundo


Marcelo Aragão, chefe do Departamento Internacional do BCB, explicou que a melhoria dos fluxos de pagamento entre os países é estrutural na arquitetura financeira global, pois reduzem os obstáculos para que os investimentos fluam melhor e cheguem a quem mais precisa. O especialista contou que a ênfase da presidência brasileira do G20 é de interligar sistemas de pagamentos domésticos às redes internacionais e que o PIX, modelo de transferência monetária instantânea brasileira, pode ser um exemplo para o mundo.

“A agenda da reforma dos bancos multilaterais segue com força”, avaliou Ivan Oliveira, subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do MF sobre os debates do GT. O Brasil vê no fórum a oportunidade de debater um guia sobre a reforma dos sistemas de bancos multilaterais para os próximos anos, com elementos importantes para os países em desenvolvimento. Tendo como orientadores três pilares: de capital, de operações e de avaliação de impacto, a ideia é pensar num sistema que possa ser melhorado ao longo do tempo e desenvolva as economias do fórum.

De acordo com Oliveira, a questão do financiamento em moeda local e a mitigação de riscos cambiais, críticos para atração de investimentos em economias emergentes, é um tema caro e vinculado à agenda brasileira, também foi tema das atenções do grupo, bem como a iniciativa do Brasil EcoInvest, lançado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em fevereiro.

Para o subsecretário, os bancos multilaterais podem ter um papel ainda mais importante para atrair investimento privado no processo de transformação ecológica das economias do G20. Ivan acredita que o uso de créditos concessionais, administrado pelos Tesouros Nacionais, são janelas de oportunidades para ajudá-los a financiar economias em desenvolvimento. Ele contou que a presidência brasileira tem tentado impulsionar a alocação dos ativos dos direitos especiais de saque aos MDBs, mas que este é um tema difícil de avançar no fórum.

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