Violência de Israel mais exposta a cada dia

No distrito de Rafah (Gaza), responsáveis ​​da defesa civil palestina discutem descobertas de valas comuns próximas dos hospitais Nasser e al-Shifa. Iémen Abu Solaiman, chefe da defesa civil em Khan Younis, revela três sepulturas (valas) no Hospital Nasser, expressando preocupação com sinais de tortura e execuções. Pelo menos 20 corpos parecem ter sido enterrados vivos e 10 tiveram as mãos cortadas, declarou


Dos 392 corpos recuperados nas valas comuns de Gaza, apenas 65 foram identificados por familiares, disse Yamen Abu Sulaiman. (Veja vídeo).

O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, disse estar "horrorizado" com a destruição dos hospitais Nasser e al-Shifa em Gaza — e com os relatos de "valas comuns" encontradas em ambas as unidades após a invasão das forças israelenses. Israel, porém, nega a autoria dos massacres, que ocorreram dentro e no entorno de hospitais alvo de operações israelenses.

Radio Agência – Os corpos foram encontrados depois da retirada das tropas israelenses. Cerca de 280 no hospital Nasser, em Khan Younis, e cerca de 30 no hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza. Muitos teriam sido enterrados sob pilhas de lixo e alguns apresentam sinais de abusos.

Representantes do alto comissariado da ONU para Direitos Humanos se disseram horrorizados com os relatos e com o nível de destruição das instalações de saúde. Na época da operação no Al-Shifa, o exército de Israel informou ter matado cerca de 200 militantes do Hamas. 

Nos Estados Unidos, manifestações e acampamentos pró-palestina e contra a operação militar israelense na Faixa de Gaza têm se espalhado por universidades, incluindo as mais prestigiadas, como Yale, Harvard e Berkley. Na Universidade de Columbia (Nova York), mais de 100 estudantes foram presos nos últimos dias. Houve prisões também na Universidade de Nova York, na noite de segunda-feira (22/abril). A polícia usou dois ônibus para transportar os detidos.

Israel nega autoria

Autoridades palestinas afirmaram ter exumado os corpos de quase 300 pessoas no Hospital Nasser. Não está claro como elas morreram ou quando foram enterradas. Os militares de Israel disseram, por sua vez, que as alegações de que enterraram corpos ali eram “infundadas”, negando a autoria da barbárie.

Mas acrescentaram que durante uma operação de duas semanas no hospital, localizado na cidade de Khan Younis, em fevereiro, suas tropas “examinaram” (ou seja, desenterraram) corpos enterrados por palestinos “em locais onde informações de inteligência indicavam a possível presença de reféns”. Evidentemente, a pergunta que fica é: com que fim?




Antes da operação israelense no Hospital Nasser, funcionários disseram que estavam sendo forçados a enterrar os corpos no pátio do hospital, porque os combates nas proximidades estavam impedindo o acesso aos cemitérios. Houve relatos semelhantes no Hospital al-Shifa antes da primeira invasão israelense à unidade, em novembro.

Os militares israelenses afirmaram ter invadido vários hospitais em Gaza durante a guerra porque combatentes do Hamas estavam operando dentro deles  — alegação que o Hamas e as autoridades de saúde negam.

“As vítimas teriam sido enterradas profundamente no solo e cobertas com lixo”, informou a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani a jornalistas em Genebra, na Suíça. Entre os mortos, estavam idosos, mulheres e feridos, alguns encontrados com as mãos amarradas e despidos."
As IDF disseram, ainda, que  suas forças detiveram "cerca de 200 terroristas que estavam no hospital" durante a operação — e que encontraram munições, assim como medicamentos não utilizados e destinados a reféns israelenses.

Insistiram, também, que a operação foi realizada “de forma direcionada e sem prejudicar o hospital, os pacientes e a equipe médica”.

"O exame foi realizado de maneira cuidadosa e exclusivamente em locais em que as informações de inteligência indicavam a possível presença de reféns. O exame foi realizado com respeito, mantendo a dignidade dos mortos. Os corpos examinados, que não pertenciam a reféns israelenses, foram devolvidos ao seu lugar."

No entanto, três médicos que trabalhavam no hospital disseram à BBC que foram humilhados, espancados, encharcados com água fria e forçados a ajoelhar-se por horas depois de detidos na operação.


O Escritório de Direitos Humanos da ONU disse ter recebido a denúncia de que 30 corpos foram
enterrados no pátio do Hospital al-Shifa. Foto: Reuters



A Organização Mundial da Saúde (OMS) obteve acesso ao cenário cinco dias após a operação e disse que o Hospital al-Shifa era “agora uma casca vazia”, com a maioria dos edifícios amplamente danificados ou destruídos, e a maioria dos equipamentos inutilizáveis ou reduzidos a cinzas.

A OMS afirmou, também, que “inúmeras covas rasas” haviam sido cavadas fora do departamento de emergência e dos edifícios administrativos e dos centros cirúrgicos, e que “muitos corpos foram parcialmente enterrados, com os membros visíveis”.

Em resposta, as IDF afirmaram que estavam “operando para desmantelar as capacidades militares e administrativas do Hamas”. “Em forte contraste com os ataques intencionais do Hamas contra homens, mulheres e crianças israelenses, as IDF seguem o direito internacional e tomam as precauções possíveis para mitigar os danos civis”, acrescentaram.


Nenhum comentário

Obrigada por seu engajamento

Tecnologia do Blogger.