Vacinas contra a Covid-19 não têm relação com “câncer turbo”


Profissional de saúde aplica vacina em pessoa idosa. Foto: Valdo Leão/Prefeitura de Manaus

As vacinas contra a Covid-19 são seguras e representam ferramenta vital no controle da pandemia e na proteção da saúde pública

Recentemente, uma falsa teoria denominada "câncer turbo" tem sido propagada em redes de desinformação, alegando que pessoas vacinadas contra a Covid-19, especialmente com vacinas de mRNA, estão desenvolvendo tipos de câncer de rápido crescimento. Esta alegação é completamente infundada. 



Nestes conteúdos que circulam no mundo virtual, foram citadas, inclusive, inverdades envolvendo a princesa Kate Middleton, da família real britânica - que recentemente anunciou estar com câncer - alegando que o surgimento da doença seria resultado das vacinas contra a Covid- 19. Esse tipo de informação falsa tem gerado insegurança no público.


Confirmações científicas

É crucial esclarecer que não existem evidências que vinculem as vacinas contra a Covid-19 ao desenvolvimento de câncer, conforme explicado no Saúde Com Ciência, plataforma de esclarecimentos contra desinformação do Ministério da Saúde. O termo "câncer turbo" foi cunhado por grupos anti-vacina para instigar medo e desconfiança quanto à segurança dos imunizantes. Este conceito baseia-se em relatos isolados e especulações desprovidas de qualquer base em pesquisa científica confiável.

Análise crítica: correlação não implica causalidade

É importante distinguir entre correlação e causalidade. Durante o primeiro ano da pandemia, aproximadamente 100 milhões de exames de rastreamento de câncer foram perdidos na Europa, segundo publicação da revista científica The Lancet Oncology. A redução desses exames, com pessoas sem o diagnóstico, no momento adequado, pode resultar em tratamentos tardios, que são mais severos e menos propensos a resultados efetivos, mas isso não está relacionado aos efeitos da vacinação. A correlação que pode ser feita é que a emergência sanitária causada pela ocorrência da Covid-19 contribui para o atraso na realização de exames de detecção da doença, causando o início tardio do tratamento.

Posição dos especialistas

O National Cancer Institute dos Estados Unidos afirmou categoricamente que não há evidências de que as vacinas contra a Covid-19 causem câncer ou comprometam a saúde das pessoas nesse aspecto.

Como funcionam as vacinas de mRNA

As vacinas de mRNA são projetadas para instruir as células a produzirem proteínas que preparam o corpo para combater o vírus, caso sejam expostas ao mesmo. O RNA mensageiro nessas vacinas não interage com o DNA no núcleo das células e é rapidamente eliminado após cumprir sua função.

A importância da informação correta

A disseminação de informações falsas pode ter consequências graves, como a recusa em se vacinar, o que aumenta o risco de doenças evitáveis, superlotação de hospitais e, em casos extremos, mortes evitáveis. É fundamental que as decisões sobre a saúde das pessoas sejam baseadas em informações confiáveis e que se evite a disseminação de desinformação.

As vacinas contra a Covid-19 são seguras e representam uma ferramenta vital no controle da pandemia e na proteção da saúde pública. A população deve se informar por meio de fontes confiáveis e não propagar teorias infundadas que geram medo e desconfiança.

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