Lula sobre entregas de educação e habitação no Ceará: “Agora é a época da colheita”
Presidente concede entrevista à Rádio Verdinha antes de eventos para anunciar investimentos em universidades, institutos federais, hospitais e entregar unidades do Minha Casa, Minha Vida
Adaptar
exemplos bem-sucedidos da educação cearense para o país. Ampliar o
número de instituições de ensino técnico e superior para que os mais
jovens tenham oportunidade de alcançar vagas de qualidade no mercado de
trabalho. Levar o Nordeste a um patamar de crescimento compatível com o
potencial da região. Apresentar ao país um orçamento que leve em conta
ao mesmo tempo a necessidade de controlar despesas e a perspectiva de
manter investimentos em infraestrutura, habitação e políticas
sociais.
Nós passamos o primeiro ano semeando a terra, capinando, tirando tudo o que é carrapicho. A terra está pronta, adubamos, plantamos e agora é a época da colheita”
Essas foram algumas das prioridades de gestão do Governo Federal enfatizadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta (20/6), durante entrevista à Rádio Verdinha, em Fortaleza. O presidente está no Ceará para anunciar investimentos em instituições federais de educação e saúde e para entregar unidades do Minha Casa, Minha Vida.
Na primeira escala, o presidente anunciou R$ 778,9 milhões para a consolidação de instituições federais. Recursos que beneficiam a Universidade Federal do Ceará, a Universidade Federal do Cariri, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. O evento marcou ainda o lançamento das pedras fundamentais do novo Hospital Universitário da UFC e do Hospital Universitário do Cariri.
Para o presidente, o momento marca o início da época da “colheita”, depois de um ano de reconstrução da estrutura do Estado e da retomada de dezenas de programas sociais. “Nós passamos o primeiro ano semeando a terra, capinando, tirando tudo o que é carrapicho. A terra está pronta, adubamos, plantamos e agora é a época da colheita”.
Nós passamos o primeiro ano semeando a terra, capinando, tirando tudo o que é carrapicho. A terra está pronta, adubamos, plantamos e agora é a época da colheita”
Essas foram algumas das prioridades de gestão do Governo Federal enfatizadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta (20/6), durante entrevista à Rádio Verdinha, em Fortaleza. O presidente está no Ceará para anunciar investimentos em instituições federais de educação e saúde e para entregar unidades do Minha Casa, Minha Vida.
“Viemos anunciar um pacote tanto de hospitais universitários como de campus universitários e institutos federais. Quando cheguei à Presidência em 2003, o Ceará tinha cinco institutos técnicos. Quando eu deixar a Presidência agora, vai ter 40. Por quê? Porque queremos acreditar que somente a educação pode salvar esse país, fazer ele se tornar altamente desenvolvido, competitivo, capaz de disputar com qualquer outro do mundo em competência tecnológica”, resumiu o presidente.
Na primeira escala, o presidente anunciou R$ 778,9 milhões para a consolidação de instituições federais. Recursos que beneficiam a Universidade Federal do Ceará, a Universidade Federal do Cariri, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. O evento marcou ainda o lançamento das pedras fundamentais do novo Hospital Universitário da UFC e do Hospital Universitário do Cariri.
Mais tarde, Lula participa da entrega de 416 apartamentos do Residencial Cidade Jardim I. As moradias do Minha Casa, Minha Vida vão beneficiar 1.664 pessoas de famílias da Faixa 1, com renda mensal de até R$ 2.640. Das 416 famílias que receberão apartamentos nesta entrega, 219 integram o Bolsa Família ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e, com isso, ficam isentas do pagamento de prestações.
Para o presidente, o momento marca o início da época da “colheita”, depois de um ano de reconstrução da estrutura do Estado e da retomada de dezenas de programas sociais. “Nós passamos o primeiro ano semeando a terra, capinando, tirando tudo o que é carrapicho. A terra está pronta, adubamos, plantamos e agora é a época da colheita”.
Trechos das respostas do presidente na entrevista
INFRAESTRUTURA
Estamos correndo atrás de duas
coisas. Primeiro, fazer com que todas as obras que estavam paralisadas
sejam retomadas, o que às vezes é difícil porque algumas já tinham
vencido o contrato, algumas estão deterioradas, precisa fazer novo
contrato, licitação. Por isso demorou um pouco mais, mas anunciamos um
PAC de R$ 1,7 trilhão para o Brasil inteiro. O Ceará terá R$ 45 bilhões.
Estamos começando a colher aquilo que plantamos.
RELAÇÃO COM REITORES
Todo ano convoco os reitores das universidades e institutos
federais porque quero ouvir reclamação. Quero que me digam o que está
acontecendo, o que está bom, o que está ruim. Na medida em que eles
cobram, eu cobro deles também. É uma via de duas mãos. É assim que a
gente vai fazer esse país se transformar num país altamente civilizado,
moderno, em que as pessoas tenham perspectiva. A gente vai garantir que
o seu filho, independentemente do lugar do país em que nasceu, vai ter a
oportunidade de fazer um curso técnico, a universidade. Quero que a
meninada tenha a oportunidade que não tive no passado, e que todo filho
de brasileiro, independentemente da origem social, se rico ou pobre,
preto ou branco, tenha o direito de ter a oportunidade de estudar,
trabalhar, ter acesso à cultura, ao lazer, construir família e viver
harmonicamente.
GREVES NAS UNIVERSIDADES
Eu acho que todo e
qualquer movimento de trabalhadores tem direito de fazer greve e
reivindicar. O que a pessoa não pode esquecer é o que já foi feito. O
que já foi oferecido. Oferecemos, em média, entre 28% e 43% de
reposição. Demos 9% antecipado ano passado. Eu, quando nasci no
movimento sindical, era muito radical. Tinha o costume de fazer
reivindicação e dizia ‘80% ou nada’, ‘100% ou nada’. Chegou um momento
em que aprendi que, muitas vezes, entre 100% e 0% tem muita coisa. Eu
espero que eles tenham compreensão e que saibam que, no meu governo, não
falta oportunidade de conversar, de negociar.
EXEMPLO CEARENSE
O Camilo (Santana, ministro da Educação, ex-governador do
Ceará) foi ser meu ministro porque aqui, no Ceará, a educação funcionou,
deu resultado, e é isso que queremos: que a educação do Brasil seja
melhor do que aquela que vocês conseguiram implantar no Ceará, que
continua sendo o Estado que tem os melhores indicadores do país. O Ceará
está ensinando muito ao Brasil.
SEGURANÇA PÚBLICA
O
ministro Lewandowski (Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança
Pública) está com uma proposta para apresentar para mim já faz 15 dias,
que eu vou ouvir com a participação dos meus senadores, dos meus
ministros que já foram governadores. Quero pegar essa experiência
acumulada dos governadores para que a gente possa chamar os governadores
atuais e fazer uma discussão ampla sobre segurança pública. Vou
apresentar para o Brasil depois dessa discussão. A gente não pode
construir algo que seja ineficaz, que não funcione. Só temos que
anunciar uma coisa se for melhor do que o que tem, para fazer mais do
que o que tem e para evitar mais violência do que temos hoje.
POLÍTICA ECONÔMICA
Foi uma pena que o Copom manteve a taxa de juros, porque
quem está perdendo com isso é o Brasil, o povo brasileiro, porque quanto
mais a gente paga de juros, menos dinheiro a gente tem para investir
aqui dentro. E isso (juros) tem que ser tratado como gasto. Eu não vejo
o mercado falar dos moradores de rua, dos catadores de papel, dos
desempregados, das pessoas que necessitam do Estado. Quem é que
necessita do Estado? É o povo trabalhador. É a classe média, que é quem
paga imposto. É preciso que a gente tenha um pouco de sensibilidade para
as pessoas perceberem que o que estamos tentando fazer nesse instante é
elevar o padrão de vida das pessoas mais humildes, para que se
transformem em um padrão de consumo de classe média, possam morar em uma
casinha melhor, ter uma escola melhor, possam, no final de semana, levar
suas família a um restaurante. Agora, isso é muito difícil porque os que
estão em cima não querem que os que estão embaixo subam um degrau na
escada.
ORÇAMENTO
Eu digo pra todo mundo: tive como
professora de economia a dona Lindu (mãe do presidente), que era
analfabeta. Ela tinha oito filhos que trabalhavam e a gente chegava todo
fim de mês, todo mundo entregava o dinheiro para ela. Ela abria o
envelope e ficava dizendo: esse é para a bodega, esse é para a padaria,
esse é para vocês pagarem o transporte. E dizia: a gente não pode gastar
o que não tem. Se a gente tiver que fazer uma dívida, é para aumentar o
patrimônio, mas a gente não pode jogar dinheiro fora. É assim que
governo o Brasil. Eu não quero gastar o que não tenho e não quero gastar
mal. Pagar salário para o povo é um gasto necessário. Melhorar a
qualidade da saúde é necessário. Melhorar a qualidade da educação é
necessário. O que queremos é fazer gasto de qualidade e disso não
abrimos mão.
CUSTO DE NÃO INVESTIR
O que temos que
perguntar é o seguinte: quanto custa não fazer as coisas necessárias? O
que temos que ter noção é que quando a gente faz alguma coisa e aquilo
resulta num benefício coletivo, na melhoria da qualidade de vida, aquilo
é um investimento extraordinário.
PACTO FEDERATIVO
Eu tenho
orgulho de dizer em qualquer reunião de prefeitos, em qualquer reuniãob
de governadores: nunca na história um presidente cuidou dos estados como
eu cuido e das prefeituras como eu cuido. Por uma razão simples: eu não
governo olhando quem é o meu adversário. Eu governo olhando quem é o
povo brasileiro. E se o povo tiver necessidade e o governador for contra
mim, o povo vai receber o benefício, porque não vou prejudicar o povo
por conta de um governador.
NORDESTE
E eu não me conformo
de ver no noticiário que tem mais mortalidade infantil no Nordeste, mais
desistência de escola no Nordeste, mais analfabetismo no Nordeste, menos
universidade, menos mestre, menos doutor. Será que o Nordeste nasceu pra
ser castigado? Será que não somos filhos de Deus? Então, quando fui
eleito presidente, assumi o compromisso: quero colocar o Nordeste em
igualdade de condições com qualquer outro estado. Não quero tirar nada
de São Paulo, nada do Rio e de Minas Gerais, mas quero que o Nordeste
cresça, se desenvolva, gere emprego e qualidade de vida para o nosso
povo.
Governo anuncia R$ 778 milhões em investimentos em instituições federais do Ceará
Lula: investir na educação é criar oportunidades ao povo mais humilde
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