Helicópteros e aviões militares auxiliam no combate ao fogo no pantanal

Porto Jofre (MT) 19/11/2023. Brigadistas do Icmbio observam cortina de fumaça por conta do incêndio florestal que atige o Pantanal.



Os números são 90% maiores do que os de 2020, quando o fogo destruiu 26% do bioma, no que é considerado o maior incêndio de sua história



As Forças Armadas disponibilizaram seis helicópteros e dois aviões para auxiliar no combate a incêndios na região do pantanal, e mais equipamentos são avaliados. Duas bases de apoio foram criadas e 500 combatentes, destacados para as ações.

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o bioma está "diante de uma das piores situações já vistas", algo "fora da curva com relação a tudo que já se conhece". As declarações seguiram-se à  reunião da sala de situação para enfrentamento dos incêndios, no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (24/junho).

 Na próxima quarta-feira (26/junho), ocorre mais um enciontro, quando cada uma das pastas apresente suas necessidades orçamentárias, e o governo avalie a possibilidade de abertura de crédito extraordinário para as operações.

Também participaram do encontro na segunda-feira Simone Tebet (Planejamento), Waldez Goés (Integração e Desenvolvimento Regional) e Laércio Portela (Secretaria de Comunicação). Estiveram presentes ainda representantes dos ministérios da Justiça, Defesa, Indústria e Casa Civil.

O governo já anunciou que vai recompor em R$ 100 milhões o orçamento do Ministério do Meio Ambiente, que foi alvo de cortes tanto pelo Congresso quanto pelo próprio Executivo.

Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, o almirante de esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire afirmou que os militares também vão auxiliar com "equipamentos de comando e controle e de comunicação para que as equipes sejam empregadas de uma maneira eficaz".

Os focos de incêndio no pantanal em 2024 são um recorde para o mês de junho. Apenas nos 12 primeiros dias do mês, o bioma registrou 733 focos de incêndio, o número mais alto para toda a série histórica arquivada no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que começa em 1998 – números 90% maiores do que os do ano de 2020, quando o fogo destruiu 26% do bioma, no maior incêndio de sua história.

Em 5 de junho, em evento ao lado do presidente, a ministra previu que o bioma poderia registrar uma tragédia climática tão grave quanto a causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Defendeu, também, que fossem tomadas medidas extraordinárias para o combate ao fogo e lembrou que a situação da bacia hidrográfica da região era a mais preocupante já registrada pela ANA (Agência Nacional de Águas).

Em razão da situação alarmante, os servidores ambientais decidiram que as ações de combate ao fogo serão 100% mantidas mesmo durante a greve da categoria, que começou nesta segunda. Os brigadistas que atuam no pantanal têm sofrido com falta de infraestrutura, especialmente de aviões, para realizar as ações.

Atualmente, cerca de 250 profissionais atuam nos combates a incêndios, entre membros do Ibama, ICMBio (Instituto Chico Mendes) e Marinha, além dos bombeiros estaduais.

O Ibama deve receber mais cerca de 50 brigadistas e a Força Nacional também deve enviar cerca de 60 pessoas para auxiliar nas ações.

O governo também irá diminuir o intervalo entre a contratação de brigadistas, que hoje é de seis meses, para três.

Segundo Marina Silva, o planejamento de enfrentamento aos incêndios começou em outubro do ano passado e, em razão dos alertas de fogo, o governo antecipou as operações, que estavam previstas para agosto deste ano, para abril.

Tebet e Marina reforçaram, também, que é necessário que os fazendeiros da região parem de usar fogo para realizar desmatamento e enfatizaram que as queimas, mesmo as controladas, estão proibidas tanto em Mato Grosso quanto em Mato Grosso do Sul.

#Com dados FolhaPress/


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