Lula fala a correspondentes internacionais em entrevista no Palácio do Planalto



O presidente frisou que cuidar da estabilidade econômica é tão fundamental quanto cuidar da estabilidade social.  Ele também manteve postura crítica a Campos Neto e à autonomia do BC



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na segunda-feira (22/julho), que o orçamento do governo apresentará contenção de despesas sempre que necessário. Esse foi apenas um dos diversos temas abordados no encontro entre Lula e um grupo de correspondentes internacionais no Palácio do Alvorada.

Na última quinta-feira (18/julho), o governo anunciou o congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024. A medida visa a cumprir a meta fiscal estabelecida para este ano, de déficit zero, e ocorre quando despesas e receitas empatam.

Dos R$ 15 bilhões, mencionados pelo ministro Fernando Haddad,  R$ 11,2 bilhões de bloqueio, estão relacionados a gastos acima do limite previsto no arcabouço fiscal; e R$ 3,8 bilhões devem ser contingenciados, em virtude da arrecadação abaixo da necessária para equilibrar a contabilidade e conseguir o déficit zero.

“O mesmo dinheiro que você precisa cortar agora você pode não precisar cortar daqui a dois meses. Depende da arrecadação”, destacou Lula, apontando para a especificidade de cada momento da economia.

Lula também mencionou a obsessão de Campos Neto em associar alta de salários e evolução de inflação. A associação somente se concretiza, segundo o Presidente, se houver aumento salarial acima da inflação sem que a produtividade acompanhe o cenário.  “Como pode um rapaz que se diz autônomo, presidente do Banco Central, estar incomodado com o fato de o povo mais humilde estar ganhando aumento de salário?”, questionou.

Lula reforçou que a indicação do sucessor de Campos Neto, ocorrerá na "hora certa", quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversar com ele sobre o assunto. 

“Eu espero que a gente encontre uma pessoa que, do ponto de vista técnico, seja muito competente; que, do ponto de vista político, seja muito honesta e muito séria; e que seja uma pessoa que efetivamente ganhe autonomia pela sua respeitabilidade, pelo seu comportamento”, afirmou Lula.

Sobre eleições na Venezuela o presidente foi claro: "Não é meu papel escolher o presidente da Venezuela. E com relação à Argentina, reforçou que o Brasil não tem desafetos, mas que Milei deve desculpas ao Brasil por suas recentes falas.

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