“Não custa nada a gente acreditar e batalhar”, defendeu Lula na inauguração do novo Armazém da Utopia, no Rio
Com investimento federal de R$ 36 milhões, espaço cultural se projeta como maior equipamento multifuncional do Rio, porto aberto para coletivos artísticos de trabalho continuado do Brasil e do mundo
Presidente Lula na cerimônia de inauguração do Armazém da Utopia,
no Rio
Planalto – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na noite de quinta-feira, 12 de setembro, da cerimônia de reinauguração do Armazém da Utopia, no bairro de Santo Cristo, na cidade do Rio de Janeiro. O espaço cultural esteve fechado para obras de restauração e modernização por 15 meses. Projeto pioneiro para todo o segmento artístico, o novo armazém agora se abre para coletivos artísticos de trabalho continuado do Brasil e do mundo
"Fico feliz por estarmos inaugurando o extraordinário Armazém da Utopia. Tudo isso que está acontecendo no Brasil é porque conseguimos conquistar de volta uma palavra que precisamos aprender a dar muito valor: a democracia”, afirmou Lula, durante a cerimônia. É ela que permite, segundo o presidente, que a cultura seja vista como investimento, não como gasto. “Porque a cultura é uma das formas de você fazer com que 203 milhões de brasileiros e brasileiras se manifestem da forma que são, da forma que querem, para que a gente possa compreender o comportamento da sociedade brasileira e o resultado do povo que nós somos".
Com investimento total de R$ 36 milhões — sendo R$ 12 milhões investidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) — a restauração do armazém não interrompeu as atividades artísticas e de formação técnica da Companhia Ensaio Aberto, responsável pela gestão do espaço desde sua mudança para o local, em 2010.
A reestruturação incluiu obras de restauro e conservação, aquisição de mobiliário e equipamentos cênicos, tratamento e digitalização do acervo, entre outros itens. A preservação do traçado arquitetônico, aliada à remodelagem das funcionalidades do espaço (viabilizada pelo uso da tecnologia), transformará o Armazém da Utopia no maior equipamento cultural capacitado para múltiplas funções do Rio.
Propor novas ideias e usos, na avaliação do presidente, é exatamente o que faz da cultura uma maneira de contrapor o pensamento dominante de uma sociedade. “É por isso que vivo um momento de muito orgulho nesse país, de dizer para vocês, em alto e bom som, olhando na cara de cada um: nunca antes na história do Brasil se investiu tanto em cultura como estamos investindo neste momento”, afirmou Lula. “Não é tudo o que a gente precisa, mas é o máximo que nós já conseguimos. Não custa nada a gente acreditar, batalhar e dizer que a única impossível é Deus pecar. O resto, nós somos capazes de construir”, prosseguiu.
INVESTIMENTOS NO
SETOR
A edificação, na Zona Portuária, compreende
dois armazéns construídos no início do século 20 e que têm, juntos, mais de 5
mil metros quadrados. O complexo é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como o único, entre os 14 armazéns da
região, que mantém a arquitetura original, com a estrutura em aço e a fachada de
tijolos aparentes, preservando a memória do Porto e dos portuários.
Adaptado a todos os requisitos de acessibilidade e segurança, com casa de máquinas, foyer, bilheteria e café, o espaço estará apto a receber manifestações culturais, feiras, convenções e eventos corporativos, suprindo a demanda por equipamentos desse tipo na cidade e reforçando seu impacto cultural na região do Porto Maravilha, onde já se encontram o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o AquaRio.
Para a gerente de Patrocínios e Projetos do Instituto Cultural Vale, Marize Mattos e Nazz, o novo espaço dialoga diretamente com a estratégia de apoio à cultura adotada pela organização. "Desde a criação do instituto, em 2020, já atingimos mais de 800 patrocínios. Muitos com incentivo da Lei Rouanet e outros com recursos próprios. Mas todos sempre buscando a democratização do acesso e o desenvolvimento por meio da cultura: porque a cultura transforma", disse.
Adaptado a todos os requisitos de acessibilidade e segurança, com casa de máquinas, foyer, bilheteria e café, o espaço estará apto a receber manifestações culturais, feiras, convenções e eventos corporativos, suprindo a demanda por equipamentos desse tipo na cidade e reforçando seu impacto cultural na região do Porto Maravilha, onde já se encontram o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o AquaRio.
Para a gerente de Patrocínios e Projetos do Instituto Cultural Vale, Marize Mattos e Nazz, o novo espaço dialoga diretamente com a estratégia de apoio à cultura adotada pela organização. "Desde a criação do instituto, em 2020, já atingimos mais de 800 patrocínios. Muitos com incentivo da Lei Rouanet e outros com recursos próprios. Mas todos sempre buscando a democratização do acesso e o desenvolvimento por meio da cultura: porque a cultura transforma", disse.
REFERÊNCIA NACIONAL
A modernização do Armazém da Utopia também deve consolidar
o Instituto Ensaio Aberto (IEA) como referência para a formação de uma rede de
companhias de artes cênicas com trabalho continuado. Entre as entregas previstas
no projeto, por exemplo, está a recepção de cinco grupos teatrais visitantes (ou
residentes) em dois anos.
A Companhia Ensaio Aberto estima que o número de espectadores, após a reforma, chegue a cerca de 150 mil pessoas por ano — salto de 260% em relação aos 57,6 mil espectadores de artes cênicas no espaço, atualmente. Projeta-se ainda que o público de outros segmentos culturais seja pelo menos o dobro do atual.
O IEA tem repertório focado em temas de interesse político e histórico. Seu público é marcado por forte presença da população de baixa renda, cujo acesso é viabilizado pela Ciência do Novo Público (CNP), uma metodologia de mapeamento, formação e fidelização de plateia criada pelo próprio Instituto. A CNP, que será compartilhada com as companhias convidadas, também atende a um público de escolas públicas e privadas, universidades e projetos sociais.
A Companhia Ensaio Aberto estima que o número de espectadores, após a reforma, chegue a cerca de 150 mil pessoas por ano — salto de 260% em relação aos 57,6 mil espectadores de artes cênicas no espaço, atualmente. Projeta-se ainda que o público de outros segmentos culturais seja pelo menos o dobro do atual.
O IEA tem repertório focado em temas de interesse político e histórico. Seu público é marcado por forte presença da população de baixa renda, cujo acesso é viabilizado pela Ciência do Novo Público (CNP), uma metodologia de mapeamento, formação e fidelização de plateia criada pelo próprio Instituto. A CNP, que será compartilhada com as companhias convidadas, também atende a um público de escolas públicas e privadas, universidades e projetos sociais.
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