Uma em cada três obras com recursos do orçamento secreto jamais foram iniciadas e há indicativo de fraude

Auditoria da CGU feita entre 2020 e 2023 encaminhou documentos sobre o tema ao STF, para a relatoria de Flávio Dino, que pediu estudo aprofundado e proibiu o uso das verbas por falta de transparência




Urbs Magna – Uma auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre o uso das emendas do orçamento secreto entre 2020 e 2023 identificou uma série de indícios de fraude e de mau uso do dinheiro público.

Centenas de documentos foram encaminhados na noite de segunda-feira (11/1novembro) ao STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou, sob relatoria do ministro Flávio Dino, um estudo aprofundado em que, ao mesmo tempo, proibiu o uso das verbas por falta de transparência.

"O órgão controlador alisou gastos em diversas rubricas, como obras de racapeamento ou asfálticas, obras para educação básica e serviços prestados pelas 10 ONGs que mais receberam emendas", informa Daniela Lima, no g1.

Os achados abrem uma série de caminhos para apurações sobre o uso do dinheiro público.

Segundo o texto de Daniela, os auditores, no caso das obras, analisaram 158 empreendimentos em 20 municípios que receberam volumes relevantes de recursos. Nesse escopo, uma em cada três obras pagas com emenda não havia  sequer sido iniciada.

Se levadas em consideração apenas as obras da educação básica, 78% não haviam sido começadas, mesmo com os recursos já repassados.

A CGU encontrou diversos registros de descompasso entre o repasse de dinheiro e o cronograma de execução dos empreendimentos. A auditoria também passou um pente-fino em nos contratos e serviços prestados por 10 ONGs que receberam valores relevantes de emendas parlamentares.

A CGU concluiu que metade das Organizações Não Governamentais que receberam recursos não tinham capacidade técnica ou até mesmo física para prestar os serviços.


O CGU fez o levantamento por determinação de Dino, e levou em consideração as emendas de relator e emendas de comissão, ambas usadas pelos parlamentares para esconder os padrinhos da destinação dos recursos.

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