Entrevista com Alaor Correa Barbosa, candidato a vereador (PT)




Alaor Correa Barbosa, 52 anos, é morador do loteamento Belvedere, que tem cerca de 300 moradores e pertence ao Bairro Cruzeiro. Natural de David Canabarro. Estabeleceu-se, mais tarde, em Lagoa Vermelha, onde residiu até os 16 anos de idade, vindo para Caxias do Sul em 1988. Alaor está no segundo mandato como conselheiro eleito do Conselho Municipal de Saúde, Região Bairro Cruzeiro. Trabalha com pintura e chapeação automotiva. Sua oficina já completou 30 anos de atividades. E se eleito vereador, pretende trabalhar por sua região e arredores, sem descuidar da atenção à cidade como um todo.


Como enxergas o papel de um vereador e, para exercê-lo, quais são as bandeiras que tu levantas em tua plataforma de trabalho?


Eu considero que atuante é a palavra que define um vereador. Prova disso é meu trabalho como presidente do loteamento Belvedere, que está no quinto mandato consecutivo e minha segunda participação no Conselho Municipal de Saúde Região Bairro Cruzeiro.

Hoje, nós temos problemas sérios na Saúde. As filas para atendimento médico são enormes, assim como a espera por uma cirurgia. Então, acho que temos um papel a desenvolver nesse setor. Fazer projeto é importante, mas é um segundo passo. Não posso ser um vereador apenas de gabinete. Tenho que estar no campo, atuar, participar, lutar, colher as demandas junto aos moradores. Ocorrem muitos casos em que os moradores veem o vereador só na hora do voto. Depois ele desaparece. O mandato de um vereador é de quatro anos. Então ele tem que criar um vínculo com a comunidade. Por exemplo: Eu participo (sou administrador) de um grupo de voluntários. Ganhamos camas hospitalares, andadores, cadeiras de roda ... e eu sou o responsável por cuidar das doações que a gente recebe e, inclusive, fazer a coleta desses materiais. Depois de catalogar isso tudo, a gente empresta para as pessoas pelo tempo necessário.


Quais são as grandes necessidades que tu vês pela frente como vereador em Caxias do Sul?

Acho que a saúde é uma das maiores bandeiras na cidade. Nós não temos uma UBS. Os moradores têm que se deslocar para a mais próxima, de Campos da Serra. Mas os maiores problemas que se enfrenta nas UBSs são a falta de médicos e com filas enormes, se consegue poucas fichas.

Existem casos, que eu recebo como conselheiro de Saúde, em que pessoas idosas ou com algum tipo maior de restrição de saúde, pagam alguém para “reservar” o lugar na fila, na noite anterior ao dia da consulta. Outros, chegam a dormir na fila. Então, isso é uma coisa grave. Recebemos a demanda da Saúde, e não conseguimos resolver mesmo sendo conselheiro de Saúde. Isso é questão de gestão da Saúde municipal.

Já houve anos em que a verba federal não chegou ao município. Mas agora o caso não é esse. O governo federal tem enviado as verbas. Não poderiam estar faltando médicos. Eu recebo pessoas que estão esperando por uma cirurgia há 8, 10, 15 anos. Conheci um senhor que esperou uma cirurgia na coluna por mais de cinco anos. À noite ele não dormia, por causa da dor e gritava que nem os vizinhos conseguiam dormir direito. A gente lutou, correu atrás e conseguiu que ele fosse atendido. Esse senhor era do Bairro Cruzeiro e como conselheiro de Saúde (meu mandato encerra no final deste ano) foi que pude ajudar. Nessa função de conselheiro, atendo seis regiões: Bairro Cruzeiro, São Vitor, Planalto, Vila Leon Campos da Serra e São Luís.

E o problema das UBSs não se resume às filas e à falta de médicos. Tem UBS que precisa de manutenção. Temos algumas construídas lá no início dos anos 2000, na gestão do Pepe, que não receberam manutenção. Tem UBS que está rachando. As UBSs têm farmácia, mas muitas vezes falta o medicamento.


Além da saúde, que outros problemas os moradores enfrentam?

Outro problema grave na cidade é o saneamento básico, que não vejo entrar em discussão. Eu pelo menos nunca vi alguém discutindo. Faz mais de 25 anos que enfrento esse problema no meu bairro. Eu não consigo. Como podem os moradores conviver com o esgoto a céu aberto nas ruas? Temos que pensar nisso como um problema de saúde pública. E de onde uma família vai tirar R$1200 para esvaziar uma fossa? O saneamento é é responsabilidade do Samae. E eu levanto essa bandeira faz muito tempo.

Outro problema sério do bairro é a pavimentação das ruas. Ruas sem calçamento oferecem perigo de acidentes para motoristas e pedestres.

O bairro tem a infraestrutura necessária para iluminação, mas a gente espera de um a dois anos para a troca de uma lâmpada. Já recebi queixas de pessoas que esperam há dois anos e isso com pedido protocolado. Ônibus, então, na nossa região? Temos uma única linha e muito ruim. Como ficam os estudantes que voltam para casa à noite, no escuro e sem transporte?

Nosso bairro está distante seis quilômetros do centro. É pouco, mas parecemos uma ilha, isolados, sem atenção. Cobramos, cobramos, pedimos, perdimos, protocolamos, mas nada adiante, o que provoca a indignação dos moradores.

As pessoas recorrem a mim, que pelo menos tenho mais contatos. Recentemente, consegui que nos contemplassem com duas emendas parlamentares, a primeira com ajuda da do ex-senador Lasier Martins, de R$300 mil (2019), que não se reelegeu, e a segunda de R$ 450 mil com a Denise Pessôa. Agora vamos poder asfaltar a entrada do bairro, que está terrível, principalmente em dias de chuva.

As pessoas recorrem a mim, que pelo menos tenho mais contatos. Recentemente, consegui que nos contemplassem com duas emendas parlamentares, a primeira com ajuda da do ex-senador Lasier Martins, de R$300 mil (2019), que não se reelegeu, e a segunda de R$ 450 mil com a Denise Pessôa. Agora vamos poder asfaltar a entrada do bairro, que está terrível, principalmente em dias de chuva. 


A gente sente um abandono pela cidade. São 160 metros de asfalto pra arrumar a entrada do bairro. Dizerem que o município não pode fazer. Alegam a falta de dinheiro. Buscamos outra emenda com a Deputada Federal Denise. E agora? Vamos fazer? É abandono mesmo. Tínhamos os R$ 300 mil, que nunca foram publicados/aplicados. O dinheiro ficou parado na Prefeitura.

Por todas essas coisas, acredito que poderei fazer um bom trabalho como vereador pelo PT.

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